Vieil Argel |
ou seja, imposição da legislação francesa como objetivo de desmembrar as comunidades agropastoris que anteriormente eram regidas por seus costumes e pelas leis do Alcorão. Efetivamente a administração colonial deveria deslocar o povo árabe e dissolver as tribos, e isso é apresentado no artigo 3 do senado de 1863 que determina essas entre outras leis.
De
1830 a 1870 a Argélia ocupada era governada pelo exército colonial. As
populações colonizadas eram administradas por oficiais árabes, em secretarias
árabes, entretanto os oficiais franceses estavam no comando diretamente ligado
à justiça, administrando os contribuintes e executando as ordens, decretos e
leis destinados a explorar os colonizados. Em 1870 as secretarias árabes foram
extintas por consequência das pressões exercidas pelos colonos que acusavam os
oficiais de manter atividades a favor dos indígenas.
A
França incorporou em 1881, todos os serviços essenciais da colônia à Paris, e o
número de deputados colonos foi aumentado de três para seis. Um governador
geral, representante da França obtinha todos os poderes civis e militares. Este
sistema seguiu até 1947 quando a Argélia adota um estatuto. Em suma, a Argélia
estava estruturada administrativamente segundo o modelo francês: dividida em
três departamentos, cada um deles subdividido em vários distritos e cada
distrito em vários municípios. Porém, no norte da Argélia havia dois tipos de
municípios: o de pleno exercício, situado nos grandes centros de colonização,
administrados por prefeitos eleitos e conselheiros europeus; e o misto, onde
vivia a maioria dos argelinos no qual era administrado por ex-militares
auxiliados por chefes indígenas. O território meridional seguia sendo
administrado diretamente pelo exercito Francês. Deste modo, o regime politico e
administrativo do país são consagrados ao domínio dos europeus. A Argélia
existe como uma entidade estatal, mas de natureza colonial.
Podemos considerar aqui que a desigualdade
entre argelinos e franceses caracteriza a situação colonial desde o inicio da
conquista. A democracia liberal era privilégio apenas do colonizador.
REFERÊNCIAS
BENNOUNE,Mahfoud.Argelia.In:LARRAMENDI,Miguel
Hernando de.;GARCIA, Bernabé Lopéz.(Orgs.).Sistemas Políticos Del Magreb
Actual.Madrid:Editorial Mapfre,1996.p.87-161.
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