Antes de abordar o
colonialismo Francês é preciso entender como a Argélia era antes deste
processo....
As
raízes da sociedade Argelina vem desde o neolítico, vivendo de cultivo, de caça
e de pesca, introduziram a agricultura entre 5.000 e 1.000 a.C. Isso acarretou
num desenvolvimento de comunidades
agropastoris sedentárias, onde a unidade sociopolítica de base era a tribo.
Essas
tribos eram independentes umas das outras, e contra a formação de um Estado,
dessa forma mantinham suas separações. Essas tribos só se juntavam para lutar
contra agressões estrangeiras, passado os perigos, voltavam para suas
organizações, onde sobrevivia o trabalho agropastoril e o conservadorismo
sociocultural da população. Se organizando dessa maneira que conseguiram
perdurar por muito tempo.
Algumas
tribos conseguiram manter sua autonomia criando uma espécie de comuna agrária. Isso levou seus membros
masculinos chamados de guerreiros de portar armas, permitindo-lhes manter a sua
autonomia em relação à colonização Francesa (1830-1962).
Durante
um período de 3.000 anos o território Argelino teve a história política
dividida em três zonas: o território que era totalmente controlado e integrado
ao sistema estatal; o que era facilmente integrada e indiretamente
administrado; e o Bilad el-Siba ou Bilad-el Baroud na Argélia(terra de
pólvora),cujas populações se recusavam a obedecer autoridades do Estado, exceto
se lhes obrigassem pela força.
Anos
mais tarde, as tribos do Magrebe se viam onerados em impostos, oprimidos pela
administração imperial e obrigados a abastecer o exercito imperial ameaçado
pelas conquistas espanholas, com soldados. O enfraquecimento político do norte
da África desencadeou na intervenção das duas potências na época: O império
Otomano e a monarquia Ibérica. A partir dai os turcos otomanos governaram a
Argélia durante três séculos (1518-1830).
Em
torno de 1525 foi criado pelos Barbarossa a Regência de Argel transformando-se no
principal centro de poder do Império Otomano no Magrebe, tornandose um
importante centro de pirataria do mediterrâneo. Essa regência durou até a invasão
francesa em 1830.
Emir Abdelkader |
Frente
ao desmantelamento da Regência de Argel pelo exército francês, Emir Abdelkader
se dedicou a formar um Estado Argelino com o propósito de expulsar os invasores
franceses. Reuniu as tribos em Takdempt, longe dos perigos dos ataques
franceses, até conseguir uma força grande para lutar e tentar libertar Argel,
Bona e Oran.
Conseguiu
criar uma grande força, superando a grande segmentarização da Argélia e seu
território grandioso baseando-se em um estado formado por centralização de
decisões e concentração político militar nas mãos do chefe Emir Abdelkader com
seus secretários, e uma administração descentralizada, em cada região dirigido
por Califas.
Esta
resistência dificultou e atrasou a ocupação francesa em torno de 50 anos ,mesmo
depois da captura de Emir Abdelkader em 1847, as forças de resistência lutaram
até praticamente sua destruição em 1884.
ABUN-NASR, Jamil
M. A History of the Maghrib in the Islamic Period. [S.l.]: Cambridge University Press, 20 August 1987. 472p.Disponivel
em:<https://books.google.co.jp/books?
BENNOUNE,Mahfoud.Argelia.In:LARRAMENDI,Miguel
Hernando de.;GARCIA, Bernabé Lopéz.(Orgs.).Sistemas Políticos Del Magreb
Actual.Madrid:Editorial Mapfre,1996.p.87-161.
Imagem tirada da enciclopédia
britânica mesmo link acima.
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